Vinícius Mariano é poeta. Leciona na AARHUS UNIVERSITY, na Dinamarca |
Esta semana chegou um livro em um
envelope com a logo da Aarhus University, da
Dinamarca. Veio de longe e esse movimento da literatura é uma coisa que
acho fascinante: onde os livros podem chegar pelas mãos de quem e às mãos de
quem.
Vamos logo desvendar a tal encomenda:
“Ofício de vida e morte – ou ora et
labora”, de Vinícius Mariano de Carvalho, lançado pela Mazza Edições, de Belo
Horizonte, e San Chapeau, de Juiz de Fora. São editoras fora do grande circuito
comercial, correm ao largo como tantas outras espalhadas pelo Brasil, mas são importantíssimas
para a criação literária e poética, num mercado que também tem suas cartas
marcadas e que estão mais interessadas na corrida dos best-sellers. Mas isso é um tema que não quero aprofundar no
momento. Como resumo da ópera, digo que escrever é uma experiência
enriquecedora pra dentro, pelo que a gente aprende e pelo tanto que isso nos
faz melhor. Mas do outro lado da moeda, o riqueza em cifrão é para poucos,
alguns eleitos por mérito e talento e grande parte dessa fatia confeitada pelo
marketing de plantão (e bem pago). Quem se lança nessa aventura, com a ajuda de
outros e rombos no orçamento, tem que ter coragem e um senso de humor
imbatível, entre otras cositas.
Poesia é matéria tão singular e os
livros de poesias têm uma natureza tão livre que não precisam ser lidos de uma
tacada só. Como não tenho boa memória – e como invejo quem tem! – livros de
poesias precisam estar sempre por perto.
Evocações e questionamentos. Poetas têm
esse dom, em épicos ou haicais. Peço licença para deixar um gosto de poesia do
Vinícius Mariano de Carvalho, um ser inquieto, amante de música e que me fez
saber um pouco mais do Pará e da ópera “Bug Jargal”, do paraense Gama Malcher,
na palestra feita por ele no Instituto Latino Americano, da Universidade Livre
de Berlim, em janeiro deste ano.
MATINAS
Quem foi que disse
Quem foi que disse
que este sol da manhã me fará feliz?
Quem foi que disse
que o ar matinal é revigorante?
Quem foi que disse
que seu sorriso primeiro me chama à
vida?
Quem foi que disse?
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