sábado, 29 de março de 2014

Quem foi que disse?

Vinícius Mariano é poeta. Leciona na AARHUS UNIVERSITY, na Dinamarca

Esta semana chegou um livro em um envelope com a logo da Aarhus University, da  Dinamarca. Veio de longe e esse movimento da literatura é uma coisa que acho fascinante: onde os livros podem chegar pelas mãos de quem e às mãos de quem.

Vamos logo desvendar a tal encomenda:

“Ofício de vida e morte – ou ora et labora”, de Vinícius Mariano de Carvalho, lançado pela Mazza Edições, de Belo Horizonte, e San Chapeau, de Juiz de Fora. São editoras fora do grande circuito comercial, correm ao largo como tantas outras espalhadas pelo Brasil, mas são importantíssimas para a criação literária e poética, num mercado que também tem suas cartas marcadas e que estão mais interessadas na corrida dos best-sellers.  Mas isso é um tema que não quero aprofundar no momento. Como resumo da ópera, digo que escrever é uma experiência enriquecedora pra dentro, pelo que a gente aprende e pelo tanto que isso nos faz melhor. Mas do outro lado da moeda, o riqueza em cifrão é para poucos, alguns eleitos por mérito e talento e grande parte dessa fatia confeitada pelo marketing de plantão (e bem pago). Quem se lança nessa aventura, com a ajuda de outros e rombos no orçamento, tem que ter coragem e um senso de humor imbatível, entre otras cositas.

Poesia é matéria tão singular e os livros de poesias têm uma natureza tão livre que não precisam ser lidos de uma tacada só. Como não tenho boa memória – e como invejo quem tem! – livros de poesias precisam estar sempre por perto.

Evocações e questionamentos. Poetas têm esse dom, em épicos ou haicais. Peço licença para deixar um gosto de poesia do Vinícius Mariano de Carvalho, um ser inquieto, amante de música e que me fez saber um pouco mais do Pará e da ópera “Bug Jargal”, do paraense Gama Malcher, na palestra feita por ele no Instituto Latino Americano, da Universidade Livre de Berlim, em janeiro deste ano.


MATINAS

Quem foi que disse
que este sol da manhã me fará feliz?

Quem foi que disse
que o ar matinal é revigorante?

Quem foi que disse
que seu sorriso primeiro me chama à vida?


Quem foi que disse?

sábado, 22 de março de 2014

Ah, que saudade que eu tenho!

Um doce fazer nada. O amanhã virá. Pode ser como hoje, de paz.


Não tenho disciplina nem método como leitor. Elejo um ou dois livros como os mais importantes da temporada quando se trata de uma escolha subjetiva para minha leitura dentro de um prazo flexível, de um ou dois meses... Ou mais. Mas não consigo ficar indiferente àquela seta de retorno e então negocio comigo que farei um desvio rápido, tipo “eu vou ali, mas volto já!” e logo retomo a rodovia onde eu já estava com um ou dois caronas principais que não contavam com mais gente na boleia, novos ou velhos conhecidos que me cobram igual atenção, por mais que lhes conheça a bagagem, o que está no fundo, nos cantinhos, onde fica esta ou aquela peça que me atrai mais. É isso, livros são assim, fazem parte da trupe. Ah, coração leviano!

Levo do meu lado direito, há duas semanas, a escritora indiana Kiran Desai que me preenche sulcos da memória e o coração com seu belíssimo "Rebuliço no pomar das goiabeiras”, mas eu estava numa inquietude braba, pensando na inglesa Virgínia Woolf e na Sra. Ramsey, um dos personagens de “Passeio ao Farol”. Agora ando por dois cenários diferentes, por dois tempos diferentes e isso me traz uma felicidade enorme nessas viagens mágicas que nos proporcionam a literatura. À sombra densa de duas escritoras que, cada uma em sua época, mostra o imprescindível olhar feminino no universo das letras.

Tenho que confessar que meu coração bate muito mais por Virgínia, de quem me faço acompanhar a mais tempo, desde que li “Dia e noite”, o segundo romance da autora, uma história de amor que me tirou o ranço de que mulheres eram boas apenas para contar histórias de amor e que outros grandes temas eram próprios dos escritores, escritos com tinta masculina. Isso fez parte da minha formação como leitor nos primeiros passos dados ao encontro da literatura. Aprendi que sem as mulheres não haveria paraíso na literatura, não por termos que juntar Adão e Eva ou provocar uma guerra de sexos, mas pelo fato de que sem Eva o paraíso estaria esmaecido, não experimentaria a importância da transgressão.

Não lembro como Virgínia Woolf entrou na minha vida. Sei que não foi por indicação. Vagamente, recordo que a encontrei num dos passeios pelas livrarias, na dureza, sem grana para esbanjar com o que eu mais gostava de fazer que era ler, coisa que me apontou o caminho da biblioteca pública. Quando eu não ia à biblioteca, fazia uma paradinha numa livraria para ler orelhas dos romances, a contracapa e até um capítulo inteiro com uma cara solene de quem apenas avaliava se o livro escolhido era o que eu iria comprar.

Com que dinheiro?

Não me sentia infeliz e até me divertia, mas que merda! Foram anos de dureza e de leituras adiadas. Isso me fez ser, também, um acumulador de livros a partir de quando ganhei meu primeiro salário e me senti tão rico por poder entrar numa livraria cheio de moral, com minha listinha de desejos.

Livros são vias e desvios. Hoje, passeio em cada página, em cada capítulo, em cada frase, nas cenas e na composição de personagens com o brilho do momento da leitura, da entrega, e ao mesmo tempo embalado em lembranças. Daí constato que me transformei, também, num ser movido por saudade.

Fiz uma pausa no livro de Desai e comecei a reler “A janela”, primeiro ato de “Passeio ao Farol”. Digo primeiro ato, pois o capítulo é como uma cena de teatro. O livro me provoca a real sensação de distanciamento entre palco e plateia, um modo clássico de estar ali, sem intervenções e interações em montagens experimentais com atores e espectadores. Sinto uma intimidade enorme com a sala onde a mãe está tricotando uma meia para dar ao filho do faroleiro quando a família for passear, no dia seguinte, ao Farol. A Sra. Ramsay espera que faça um dia bom para levar os filhos nessa aventura. O marido prevê tempo ruim. É uma família grande. A Sra. Ramsay tem oito filhos.

Lembrei-me de casa, da família reunida e suas discussões domésticas durante o jantar. Era, também, uma família grande em torno da mesa servida por alegria, dificuldades de toda ordem, relatos do dia, um tema instigante para servir de conversa misturando-se ao cheiro bom de sopa e de pão, inventários dos irmãos sobre o que cada um fez de certo ou errado, sentenças infalíveis de pai e mãe, pois os adultos tinham sempre razão, “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”... Em casa tinha sempre muita gente...  É um tempo tão longe! Um tempo que é como o senhor tempo do romance “Passeio ao Farol” quando olho para trás e vejo tanta gente que se foi, que já não está mais aqui. Percebo o quanto me impulsiona a saudade. Uma saudade que é feita de vivos e mortos e de personagens guardados nas páginas de livros que já li e que vieram habitar esse espaço povoado, também, de solidão, de um estar só com a nossa verdade, com a vivência com que a gente tece nos intervalos confessionais com laços e nós que nos ligam a todos os que amamos, ainda que as salas e cômodos estejam vazios de alguma coisa ou só existam na imaginação e na lembrança.

Não dá para voltar atrás nesse processo contraditório do esvaziamento físico e da acumulação de afetos usados na nossa construção sentimental. Tudo está dentro de nós e na nossa pele, nos objetos ao alcance das mãos como um livro quieto nas estantes, em fotografias arrumadas em álbuns ou arquivos digitais.

A vida tem dessas coisas, às vezes é como um passeio ao farol ao sabor do tempo só nosso: o tempo que olhamos através da janela que abrimos para dentro de nós.

Somos seres condenados à saudade.


sábado, 15 de março de 2014

A magia das árvores



Arte feita em smartphone (2013). (Ronald Junqueiro)


A rota do escritor não entra em colisão com a rota do leitor, mas há alguns atrapalhos no caminho. De 2011 pra cá, minhas leituras entraram num ritmo slow motion.  Nos últimos três anos, se li dez livros foi muito e isso incluindo releituras afetivas, emotivas, de trabalho e de redescobertas em relação à primeira leitura. Sinto passar sobre minha cabeça certa sombra de remorso, por conta da minha natureza de leitor voraz, insaciável que sofre a abstinência de texto e quando vê a pilha de livros com um selo de “urgência” e... Nada! Quase todos os dias digo a mim que vou recuperar o tempo perdido, o que soa como promessas de ano novo e... Nada! E tempo é curto, o tempo não para, o que se perdeu do tempo, na verdade, é um tempo irrecuperável.

Março já vai pelo meio e até agora separei apenas um livro, que nem é recente. Estava escondido numa fileira de outros livros não lidos, silenciosos e vigilantes, quietinho na estante desde o ano 2000. E estava numa parte da estante onde ficam o que classifico de livros avulsos, que guarda uma boa distância do que escolhi para ler. Mas acho que ele me chamava há algum tempo, ao seu modo. Apanhei-o quando procurava outro. Mas ao me deter olhando a capa e o título não pestanejei.

Já estou na boa companhia do “Rebuliço no pomar das goiabeiras”, publicado em 1998, livro de estreia de Kiran Desai, uma escritora indiana, publicado no Brasil pela Record. Desai é filha da escritora Anita Desai e veio ao mundo abençoada pelo dom de escrever. Não conheço outro livro dela. Sei que em 2006, Kiran ganhou o Man Booker Prize, um dos prêmios mais importantes da literatura mundial. “The inheritance of Loss” (O legado da perda), foi lançado no Brasil pela Alfaguara. O romance, o segundo da escritora, garantiu o reconhecimento a Kiran Desai que, aos 35 anos, foi a mais jovem escritora a ganhar este prêmio. Uma parte do livro foi escrita por Kiran Desai no Rio de Janeiro. Ou aqui tudo começou, em Ipanema. A escritora mora em Nova Iorque.

Para mim, a literatura indiana é um território quase inexplorado. Entrei na onda do Salman Rushdie, escritor indo-britânico, quando ele lançou “Versos satânicos” – e com o livro veio sua sentença de morte, uma fatwa (édito),  decretada pelo então líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, que amaldiçoou o livro, considerado uma blasfêmia contra Maomé. Mas o livro “Versos satânicos” aparece como literatura produzida no ocidente e não indiana. E lá se vão 25 anos.

Comecei a ler “O Deus das pequenas coisas”, de Arundhati Roy e parei por aqui. Este romance se junta a outras leituras interrompidas. Isso mesmo, há uma outra pilha de livros que esperam por mim. Alguns esperam há mais de 20 anos.

Assim como é pobre minha relação com a Índia, o mesmo se dá com relação à literatura africana. Li há muitos anos “O bebedor de vinho de palmeira”, de Amos Tutoia, lançado pela Nova Fronteira, mas não passei daí.

O mundo da literatura é que nem o mundo vasto mundo com todos os raimundos, rimas e nenhuma solução.

Daí que sempre me senti numa encruzilhada literária. Todo tempo é pouco para ler o que comprei e o que virá. Arranjo uns argumentos para suprir perdas e danos. Sinto-me tentado a comprar “O legado da perda”, de Kiran Desai, e com ele dar por visitada a obra dos indianos. Com os autores africanos ficará uma dívida impagável.

Meu cantinho da literatura asiática é algo minimalista também no universo dos livros. Mas vou encontrar um tempinho este ano para revisitar Mishima e descobrir Murakami. Esse continente me fascina com a mesma intensidade com que me entrego aos latinos. Desse jeito, crio meus pontos de equilíbrio como leitor.

Em “Rebuliço”, o personagem já me atraiu pelo nome: Sampath Chawla.  Um personagem intrigante que certo dia resolve subir em uma goiabeira e vira um eremita que atrai multidões que se despencam até o pomar para ver o ser iluminado.


Quando li uma resenha do livro à época, imediatamente me veio à lembrança um autor que me deixara inebriado, o escritor Italo Calvino. O primeiro livro de uma trilogia que ele escreveu, “O barão rompante”, me foi presenteado por uma amiga jornalista, a Regina Alves e virou tema de longos bate-papos com ela e com outra pessoa encantada pelas letras, Meg Guimarães, professora de Filosofia da Universidade Federal do Pará.

Pois bem, o jovem Sampath Chawla tirou do seu canto na minha estante o jovem nobre Cosme Rondó, personagem do livro “O barão rompante”, de Ítalo Calvino, que também resolveu um dia viver nas árvores. Um conto de fada, de pura magia, carregado de questões filosóficas. Além do Barão, os outros dois livros que integram a trilogia são “O cavaleiro inexistente” e “O visconde partido ao meio”. Imperdíveis.


O que há de singular, de conexão e distanciamento entre Kiran Desai e Italo Calvino, entre Sampath Chawla e Cosme Rondó, vou saber quando sair do pomar das goiabeiras. E já prevejo o que virá: além de Virginia Woolf, Italo Calvino entrará na fila das releituras. Inevitável. 

sábado, 8 de março de 2014

Passeio ao Farol

Farol da península de Sõrve, ao sul da ilha, entre o Golfo de Riga, à direita, e à esquerda do Mar Báltico. 

Onde fica Saaremaa? Bem longe, é um mundo distante. Mas mundos distantes sempre existiram e nem todos se materializarão para nós algum dia. Para muitos povos, a Amazônia é terra distante, até mesmo para os que moram mais perto.  Acredito que neste plano do ver, do saber, do existir e até mesmo do perceber tudo é, também, uma questão de perspectiva.

De repente vejo Saaremaa, na Estônia, a partir de uma fotografia que retrata o Farol da península de Sõrve, ao sul da ilha, entre o Golfo de Riga, à direita, e à esquerda do Mar Báltico. E, de repente, esse mundo distante fica tão perto. Pego meu trem na linha do tempo e me vejo em Mosqueiro, onde está o primeiro farol que vi na vida, ainda da infância, na praia do Farol. Memória tem dessas coisas, nos leva para onde menos esperamos. Mas basta ser provocada por algum acontecimento, um som, um cheiro, uma fotografia...  E desconfio que ela seja irmã siamesa da imaginação.

Mosqueiro foi nossa ilha da fantasia quando crianças. Nas férias de verão ou nas temporadas de inverno. A família reunida. A alegria na bagagem. Não tínhamos casa na ilha. As casas das férias sempre eram alugadas e sempre ali pelo centro da vila, nas cercanias do mercado onde íamos tomar café com tapioca, comprar peixe ou carne para o almoço e jantar e depois correr para a praia, do Areão, do Bispo nos dias de semana e nos finais de semana a excursão nos levava para praias mais distantes, à época, como a de São Francisco.

Praia com chuva era uma delícia! Outra lembrança que ficou foi o gosto do pãozinho quentinho que não sinto até hoje, nem mesmo nas variedades experimentadas nas melhores padarias brasileiras, francesas ou alemãs. Pão é uma tentação até hoje, como o bom pão de torresmo que só tem em São Paulo, em minha opinião.

Será que em Saaremaa tem um pãozinho tão gostoso e inesquecível como o de Mosqueiro?

Provavelmente, não saberei.

Mas o que tem a ver Saaremaa com Mosqueiro? Nada, a rigor. Conheço apenas uma pessoa que mora nessa ilha estoniana e que me escreveu um e-mail e gentilmente abre as portas da casa para uma visita à Estônia. Ela se chama Mele Pesti, já passou aqui pela Amazônia, deu uma paradinha em Belém há alguns anos, estuda português, e pesquisa literatura brasileira, mais precisamente, apresentou um estudo que faz sobre Macunaíma, de Mário de Andrade.

O anti-heroi brasileiro foi parar na Estônia. São incríveis esses passeios insuspeitos que podem fazer os romances e seus personagens, criados na “paulicéia desvairada” e agora abrigados numa casa na Europa Setentrional. Nas mãos de um dentre 15.000 habitantes da ilha. E trata-se de literatura, não de telenovela.

Nem fogueiras nem censura são obstáculos para os livros chegarem onde têm de chegar.

Ao olhar da ilha de Saaremaa, que tem uma história milenar, faço outra viagem no tempo. Já anotei num post it e colei na minha agenda (08.03) a próxima releitura: To The Lighthouse (Passeio ao Farol), de Virginia Woolf. Acho que tenho uma edição antiga, de 1982, da Nova Fronteira. Preciso reencontrar, urgentemente, Virginia, uma das maiores escritoras inglesas de todos os tempos.

The Lighthouse é um livro que fala do tempo, da passagem do tempo e a família Ramsay com certeza mexe com nossas lembranças, da casa dos primeiros anos de nossas vidas com a família ruidosa e, depois, quando os que estavam em nossas vidas saem de cena e a casa fica vazia.

Há mais ou menos cinco anos não vejo o farol de Mosqueiro. A última vez em que estive na ilha, a Silvia, minha irmã mais velha ainda era viva. Lembro-me da casa, em frente à baía, e do farol a guiar navios e memórias. Foi num belo final de semana, com direito a café quentinho passado na hora, tapioquinha, preguiça, cervejinha gelada, conversas, redes para embalar a prosa, risos, telefone sem sinal, televisão com chuvisco na tela e um som horroroso, alegria, sessão de fotografia. O tempo passou. Esta janela se fechou. 























Preciso reencontrar Virgínia Woolf.

Agora fico a imaginar os personagens do meu livro, os que estão na Estônia. Posso imaginar Leo, Alessia e Engel visitando o farol de Saaremaa, ouvindo a trilha musical do romance. Não fiz nenhum plano de voo para chegar a Talim e de lá pegar um ferry boat para ilha.

Mele, obrigado pelo convite.

sábado, 1 de março de 2014

Acoooooooorda Pedreeeeeeiiiiraaaaaaaaaaa!!

O grito na Alemanha: Acooooorda Beeeeeerrliiiiiiiiimmmm!

Não sei quantas vezes ouvi esse grito logo cedinho. Acabei me acostumando com o inusitado despertador e com  dona da voz a acordar o bairro. Imaginava um boneco bizarro plantado em frente à porta da casa defronte do prédio onde moro, ligado a uma caixa de som. E tanto imaginei que o grito virou um grito de guerra de carnaval. Transformei a Anastácia em personagem real dentro da ficção. Ela aparece no livro e no vídeo do samba enredo da fictícia escola de samba de Berlim. Achei um barato ter um personagem com identidade, real e que passeia pelas letras e músicas da Berlinda.

Anastácia é dona do Bloco Unidos da Pedreira. Logo de manhã, um carro-som percorria as ruas do bairro chamando o as famílias e foliões para apanharem fantasias grátis no bar do bloco. Ela estava muito furiosa e anunciou que este será o último ano do bloco. Iria anunciar a decisão de abandonar o carnaval lá pelas onze da noite, durante a concentração.


Com certeza, deixará um buraco na avenida.

O tema da escola é o “Açai nosso de todo o dia”, de autoria do Admir do Cavaco e cantado pelo Carlinhos Sabiá, o mesmo que canta “Derruba o muro, mistura tudo e que Deus nos acuda”, parceria minha com o Pedrinho Cavalléro para a trilha musical do meu romance.

A letra do samba do bloco Unidos da Pedreira diz o seguinte:

Açaí!
Fruto abençoado pelo criador
Amassado à mão no alguidar
Coado na peneira tem melhor sabor
Alimenta o ribeirinho
É mania nacional
Energizando o nosso carnaval

(Refrão)
Com açúcar, sem açúcar
Minha cuia ta aí
Peixe frito e farinha
É gostoso com o açaí

Vinho precioso
Hoje é exportação
Te chamam de juçara
No Maranhão
Caro ou barato ôôôô
Todo dia vou comprar
Um litro de açaí
Pro almoço e pro jantar
Tá gostoso, tá na mesa
Tá nessa brincadeira
O açaí é tema
No Unidos da Pedreira

Será que é o fim do Unidos da Pedreira? Melhor esperar.

Uma coisa é certa: o grito da Anastácia já está imortalizado e com dupla nacionalidade. Ela manda acordar a Pedreira e Berlim.

Durma-se com um barulho desses...